terça-feira, 10 de maio de 2011

O neném de olhos azuis.


Eu tava perdido, mesmo estando no meu lugar
passeando e flutuando pelas ruas da cidade
possuindo um amor, daqueles que são raridade
insatisfeito com a vida, abrindo toda a ferida
perdido, fodido. Vivendo em vão.
E em vários estilhaços, o meu coração.
E no dia 15, na rua Z,
eu pude olhar aquele bebê.
Se tivesse dois anos, eu digo que é muito.
Uma linda menina, olhos azuis.
Ensangüentada. Ferida. Molhada.
Foi um caminhão, daqueles de estrada
e da vida dela, não restou nada.
Seu pai chorava, desesperado. Ele só queria lhe mostrar a cidade.
Fora seu primeiro e último passeio.
Ela tinha toda a vida pela frente.
E eu da vida, era um descrente.
E depois do diz 15, da rua Z e de ter visto morto, aquele bebê
eu pensei: Minha vida é boa e não é a toa.

Um comentário:

  1. É você que decide se sua vida é boa ou não.
    E é você que dar um ruma à ele, caso contrário, sim ela será atoa...

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