sábado, 25 de dezembro de 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Pode crer.



Chispa daqui menino!
Necas de pitibiriba.
Não interessa. É risco misturado com belisco.
Meu lindo broto, o que você tem?
Mas que belezura que é futebol de botão, ein netinho?
O bacanal está todo me esperando.
Ele está tão fedido, que precisa tomar banho com caco de telha!
Aquele negócio... A grampola da parafuseta, da rebimboca.
E aí bicho, essa tertúlia tá um barato, não é?
Chapa, ela é boa pinta. Mas tão borocoxô...
Pára de ser careta, não vai perder bulhufas em falar com ela... Olha aí, dançou!
E aí broto, tudo joinha?
Esse carango tá chocante!
Tá tudo xuxu beleza, meu bem!Supimpa pra dedéu.
Êta menino serelepe.
Com o quê vamos pagar?! Ora bolas, tutu! Bufunfa! Grana!
Esse desgramado se escondeu nos cafundós do Judas.
Cara, preciso tirar as barbas de molho...
Sebo nas canelas!
Estou só o pó da rabiola.








Gírias. Nos acompanhando desde que o homem aprendeu a falar.







Morra!



O teu mal
e o que te matou em mim
foi achar
que eu morreria sem ti.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Desafeto.



Ei você, moça orgulhosa,
bonita e formosa, que guarda rancor.
Uma hora, tu vais se ajoelhar
tirar esta máscara de beleza e força.
Isso eu te digo, indigna moça.
Nada cura, nada sente, nada vê, oh bonita flor.
Mas a cada decepção, a cada perdido amor,
tu vais se ajoelhar. E implorar perdão.
Àquele que sempre só te deu a mão.
Logo você, que nunca deu valor à ninguém
nem ao coração daquele que te quis e fez bem.
E tu vais se ajoelhar
aos pés dele.
Implorar para voltar
no tempo, em que você era a imagem da perfeição.
E é pra você aprender, indigna moça:
nunca machuque um coração.

Tom sobre tom.



Vós, que sois tão bela
da voz serena
da alma pequena.


Vós, que não se importa
se batem à porta
e chamam, donzela.


Vós que eu amei
me deleitei
me satisfiz.


Vós, que me enganou
o meu amor
morreu em mim.


Vós que não é nada
na madrugada
sombria e fria.


Voz se apagou.
Mas não morreu,
só se cansou.


Vós, que não vai ter
nem nunca quis
o meu e o seu
final feliz.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ventilador de teto.



Olhava para o teto. olhava para o tempo. Sempre gostara de alternar seu olhar, quando concentrado. Estava assim há três horas, mas ele decidira que o tempo, aquele dia, não iria ser importante. Aquele dia, ele iria pensar, e fazer nada. 
 Desde que seu pai morrera e lhe deixara de 'herança' todos os negócios da família, ele não tinha um dia sequer de descanso. Negócios, problemas, mulheres, amor. Sempre havia algo em sua mente, para importuná-lo. Ele tinha em mente que ainda era aquele mesmo menino que gostava de subir em árvores, soltar pipas e peões e cantar. Porém agora, muito mais solitário. Não tinha notícia de seus amigos de infância há muito tempo. Os que não haviam ido embora para o exterior, para enriquecer, haviam se casado e constituído uma família. Isso o levava a acreditar cegamente que ele era a pessoa mais solitária daquela cidade. Quando o pessimismo lhe consumia, ele acreditava que era o mais sozinho até do Mundo. A única coisa que o acompanhava durante seus últimos dias, era a solidão. Aquela que ele achara que nunca iria ver de perto. Sempre fora tão certo quanto a seu futuro. Mas neste ponto ele errou. E errou de modo tão grotesco, que a situação fora justamente contrária da que ele pensara que seria.
 Quando adolescente, sempre ficava imaginando o futuro. Em sua imaginação, com aquela idade estaria casado, com dois filhos, rico e feliz. De todas, a única característica que ele acertou, e graças a seu pai, era a riqueza. Sempre teve tudo o que sempre quis ao seus pés. Carros luxuosos e viagens eram o que não faltavam. Mulheres para companhia, também não. Ele sempre fora um homem muito bonito, e a combinação beleza + riqueza, é quase que perfeita para certas mulheres. Ele sempre dava azar quanto a isso. Sempre se apaixonava por mulheres interesseiras, que de amor, nada entendiam. E chegou o dia em que já estava firmado em sua cabeça, que todas as mulheres eram assim. Ele não enxergava mais amor em nenhuma delas.
 Seu nome era conhecido na cidade, por sempre freqüentar os cabarets locais, à procura de algum prazer, ou um simples copo de bebida.
 Ele pensou, pensou e pensou mais uma vez. Não chegou à conclusão alguma. Levantou-se. Arrumou o colarinho da camisa, passou a mão pelo cabelo, e colocou duas gotas de perfume no pescoço. Fora à mais um encontro com a solidão, naquele cabaret que ele tanto gostava.
 E esta é apenas mais uma história, que não é de amor, e que não tem um final feliz. Bom cotidiano aos que vivem.