sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Melhor Amigo.



Sete anos. Foi o total de sua vida.
Era forte, sagaz. O brilho de seus olhos, inigualável.
Tinha um instinto protetor. E era tão pequeno, parecia uma bolinha de pêlos...
Entre uma lambida e outra, me encarava com aquelas bolas castanhas
claras e brilhantes, cor de mel.
Me fazia sentir especial como ninguém nunca o fez.
Me fazia companhia como nunca ninguém o fez.
Me amava como eu era, sem reclamações.
Como nunca ninguém o fez.
Flu, foi seu nome.
Um nome incomum, pois ele em si, era incomum.
Às vezes me vinha ao pensamento, a possibilidade de ele ser um humano reencarnado.
Ele me entendia demais, pra não entender sequer o que eu lhe falava.
Ele era o que tantas pessoas querem ser...
E conseguia sem o mínimo esforço. 
Só aquela simplicidade, me fazia amá-lo como ninguém.
Eu não o amava por sua beleza. Ou por seu cheiro...
Eu o amava, porque de manhã cedo, ele vinha lamber minha mão pra me acordar.
Eu o amava, porque ele sempre descia comigo, para me acompanhar no jantar.
Eu o amava, porque quando eu não comia no andar de baixo, e levava a comida para meu quarto, ele fazia questão de subir na cama.
Eu o amava, porque ele fazia xixi nos quatro pneus do carro
e porque ele latia para o vento e para a escada.
Eu o amava, porque ele que me ensinou o que é amor verdadeiro.
Eu não o amava. Eu o amo.
E o único momento de dor que ele me causou,
foi quando não mais resistiu, e partiu desse mundo.
E eu enfim, tive que dar adeus.
E se todos conhecessem um amor assim, 
se todos pudessem se prestigiar dessa magia,
aí sim, o mundo seria outro.

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