sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Desabafo pequegrande.



Sabe, eu sempre paro pra refletir, 
pra pensar,
pensar em agir,
falar, falar, falar.
Pensar.
Nunca havia parado pra pensar no quão fraca e quão covarde eu sou.
As coisas que já fiz, as vezes que quase morri...
E que abaixei minha cabeça, quando tudo o que eu precisava era mantê-la erguida.
E quando eu menti pra mim? Lembra?
Você ainda lembra?
Naquela vez, que todos sorriram e eu fiquei parada, observando a paisagem
contemplando a falsidade de todos aqueles sorrisos.
E quando eu insistia em contar as lágrimas,
você lembra?
Você ainda lembra quem eu sou? Eu não lembro. Há tempos.
Eu não lembro mais da minha voz. Eu não lembro mais da minha imagem.
Eu não lembro quem eu era ano passado. Eu nem lembro quem eu era ontem.
Eu só lembro daquele dia, aquelas risadas, aquelas vozes
elas me faziam tão bem, sabia?
E cadê elas hoje? Não, não foram embora, elas saíram pra passear.
Porque você não foi junto? Porque insiste em ficar comigo?
O que você vê em mim? Você vê a mesma coisa em todos os outros?
Nem todos mentem pra si, sabia?
Nem todos... Mentem pra si.
Mas eu te agradeço. Agradeço por me ouvir, ao menos.
Céu. Tu és... Eu não diria bonito, eu diria... compreensivo... Até demais. Tu me escutas, Céu.
Tu me dizes o que eu preciso, mesmo quando o que eu preciso, é o silêncio, Céu.
Céu, promete que nunca vai embora? Promete? Promete que nunca vai sair pra passear, e não mais voltar?
Eu sinto tanta falta, Céu...
Mas eu soube que estão todos bem. E eu acho que é isso que importa. Se não for isso, além de tudo, vou ser chamada de egoísta, sabia?
Eu não queria, sabe, Céu. Eu não queria que as coisas ficassem assim.
Mas pra eles está tudo bem. Está sim. Quem se importa? Os sorrisos ainda estão lá.
E quando a gente se abraça, parece que o tempo não passou.
O problema é quando a gente se separa, que a realidade volta.
Mas Céu, eu tenho a ti. Pra me escutar.
Pra refletir.
Pensar.
Agir.
Falar, falar, falar.
Pensar.




Muito obrigada, Céu. Muito obrigada.



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